Faz cinco anos que comecei meu primeiro blog, ou até 15/16 anos se você contar o meu Tumblr como blog. É quase inacreditável, não é?
Ao longo de vários anos, testemunhei plataformas de redes sociais surgirem e desaparecerem. Algumas prosperaram por anos, enquanto outras perderam o encanto. No entanto, a verdade é que a maioria delas ainda está por aí hoje, com as menos famosas sendo utilizadas com menos frequência. Mas não estou aqui para determinar quais têm mais ou menos mérito, nem para dizer qual rede social é melhor ou pior.
Cheguei a considerar um título mais sensacionalista, porém realista, para este post: "Por que as Redes Sociais Morreram para Mim." No entanto, decidi não usar esse título, pois ele não ressoava comigo.
Desde a adolescência tardia, venho me afastando gradualmente das redes sociais. Surpreendentemente, já fui "famoso" em plataformas como Twitter, Instagram e Facebook, com cerca de 100 mil seguidores em cada e de 1 a 5 mil likes em um simples "olá". Mas esses períodos de fama foram curtos para mim, pois eu simplesmente doava, vendia, apagava ou mudava meu nome de usuário, abandonando as redes de forma aleatória. Por que fiz isso? Tudo se resumiu a uma coisa: saturação.
Mesmo que ainda receba inúmeras mensagens e notificações nos meus DMs hoje, eu não as leio. Não leio porque não uso mais as redes sociais, e simplesmente não gosto disso. Se você já assistiu à série de TV "Mr. Robot", na qual Rami Malek interpreta Elliot Alderson (você deveria assistir), ele diz no primeiro episódio da primeira temporada (Episódio 1 - Temporada 1): "Ah, não sei, será que coletivamente achamos que Steve Jobs era um grande homem, mesmo sabendo que ele faturava bilhões às custas de crianças? Ou talvez seja porque parece que todos os nossos heróis são falsos; o próprio mundo é uma grande farsa. Ficamos spammando uns aos outros com nossos comentários inflamados de merda disfarçados de insight, nossas redes sociais fingindo intimidade. Ou será que votamos por isso? Não com nossas eleições fraudadas, mas com nossas coisas, nossa propriedade, nosso dinheiro. Não estou dizendo nada novo. Todos nós sabemos por que fazemos isso, não porque os livros de Jogos Vorazes nos fazem felizes, mas porque queremos ser sedados. Porque dói não fingir, porque somos covardes." Se você parar para analisar, isso se alinha com o que foi dito no nono episódio da primeira temporada (Episódio 9 - Temporada 1): "Isso é real? Quero dizer, olhe para isso. Olhe para isso! Um mundo construído sobre fantasia! Emoções sintéticas na forma de pílulas, guerra psicológica na forma de publicidade, produtos químicos que alteram a mente na forma de comida, seminários de lavagem cerebral na forma de mídia, bolhas isoladas e controladas na forma de redes sociais." Não é preciso ser um gênio para entender o básico: as pessoas passam o dia todo nas redes sociais, fingindo estar próximas daqueles com quem interagem.
As plataformas de redes sociais estão cada vez mais corroendo sua privacidade, compartilhando e disseminando tudo o que você faz, desde o nome do seu dispositivo até sua localização baseada em IP. A maioria das pessoas aceita isso sem perceber o que está acontecendo, pois não lê as políticas de privacidade ou os cookies que as rastreiam. Consequentemente, nossas telas ficam inundadas com anúncios direcionados coletados por meio de uma telemetria absurda. Mas isso não é nem a pior parte.
Talvez o problema mais significativo seja que tudo se tornou artificial, e já não há desejo de ter interações reais e presenciais. Hoje em dia, se alguém quer te ver, te liga por videochamada. Posso entender isso se você mora longe, mas se estiver a 15-30 minutos de distância, vá e encontre a pessoa pessoalmente. Empresas no Brasil enviam mensagens por um aplicativo de mensagens chamado WhatsApp em vez de ligar, enviar SMS/MMS ou e-mails. Isso levanta questões sobre a profundidade dessas interações e a invasão de privacidade. Se você não forneceu explicitamente seu número de WhatsApp ou não concordou em se comunicar por ele, quem disse que podem entrar em contato? Eu já tive WhatsApp, mas não mais, e não pretendo ter. Uso Telegram e Session, mas mesmo assim, falo apenas com algumas pessoas (cerca de 15-20), e o Telegram é pouco usado no Brasil.
O mais louco de tudo é que, aqui, se você não tem WhatsApp, é considerado uma pessoa "falsa" (alguém que está fingindo ou não é genuíno). A necessidade de provar a si mesmo é tão grande que podem parar de falar com você se você não tiver WhatsApp ou Instagram, mesmo que tenha SMS/MMS/Telegram/Session/ligação/iMessage/Samsung Message.
No final das contas, uma das principais razões pelas quais abandonei as redes sociais e plataformas de mensagens "privadas" (nunca vi uma verdadeira criptografia de ponta a ponta, como a que o WhatsApp da Meta alega ter, que na verdade permite o acesso às suas conversas) é a falta de segurança e privacidade. Por exemplo, em casos onde o governo ou indivíduos solicitam conversas, o aplicativo pode fornecê-las, apesar de alegar que são criptografadas de ponta a ponta, como acontece nos serviços da Meta (WhatsApp, Instagram e Facebook). Por outro lado, permaneço com Session e Telegram porque, em várias ocasiões, governos e indivíduos solicitaram registros de chat que nenhuma das partes possui ou pode fornecer, já que não têm acesso a eles.
A conclusão é que, hoje em dia, as pessoas fingem estar próximas, enquanto as indústrias ficam mais ricas vendendo você. Afinal, pela lógica básica, se você não paga pelo produto, você é o produto. Além da disseminação de conteúdos completamente sem sentido, sem substância ou valor real que muitos consomem, não consigo ver o motivo para tudo isso. Fazemos parte de uma geração com acesso mais fácil e rápido a artigos, materiais e educação, mas conseguimos ser uma das gerações menos inteligentes até hoje.
Dito isso, encerro aqui. Se você quiser entrar em contato, pode me encontrar por e-mail ([email protected]). Espero que você tenha gostado deste post, e nos vemos na próxima. Tchau! 👋