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Trabalho, Viagens, Culturas & Decisões

Escrito por
Yuri Cunha
Yuri Cunha
Publicado em
3 de mar. de 2024
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Trabalho, Viagens, Culturas & Decisões

Nesta semana, tive várias ideias sobre o que postar, mas nenhuma delas parecia razoável o suficiente para compartilhar aqui. E como você sabe, este blog não tem um "cronograma" de postagens... Eu posto quando quero.

Como algumas pessoas sabem, eu projeto, configuro e mantenho bancos de dados, que é o meu trabalho principal. Além disso, também configuro servidores, desde o hardware até a fiação e as configurações. Fora isso, faço alguns freelas desenvolvendo sites e sou voluntário como professor de matemática e inteligência artificial para crianças. Por conta disso, acabo viajando a trabalho para diversos lugares, e até agora já estive no Canadá, Japão, China, Estados Unidos e França. Às vezes, durante essas viagens, acabo estendendo minha estadia no país (nada que ultrapasse o prazo do visto).

Sempre que estendo minha permanência nos países que visito, acabo ativando o lado analítico do cérebro e observando os detalhes de cada cultura. E quanto mais vejo, mais feliz fico em conhecer novas culturas e usar isso para me aprimorar. Acredito que a cultura mais interessante que encontrei foi a japonesa, e digo isso no contexto geral da vida.

Os japoneses, em sua maioria, têm uma cultura de busca pela excelência, de dar o melhor de si e de não desrespeitar as pessoas. Isso é algo que acho muito bacana.

É muito raro ver um japonês fazendo algo que traga vergonha para si mesmo ou para seus próximos. E quando digo "próximos", me refiro a amigos, família e até mesmo à hierarquia profissional. Até políticos que roubam geralmente cometem seppuku (suicídio) por terem manchado o nome da família. É algo triste, mas ao mesmo tempo demonstra um nível extremo de coragem, sério.

No Japão, de forma geral, os homens buscam ter uma vida mais confortável e estável para que possam começar e sustentar uma família. Já as mulheres, na maioria dos casos, tentam minimizar a exposição do corpo, tanto virtualmente quanto fisicamente (não, elas não usam moletom na praia no verão). Além disso, aprendem a sentar no estilo seiza (mesmo sendo desconfortável) e a se portar de forma respeitosa em público.

Claro, nem tudo são flores, mas, na minha opinião, a cultura japonesa ainda consegue ser melhor do que todas as outras (e certamente muito melhor do que a atual no Brasil).

Um detalhe interessante é que, dentro de casa, usa-se pantufas específicas para ambientes internos. Quando você visita a casa de alguém, conhecido ou não, não pode simplesmente entrar de sapatos. Eles sempre oferecem pantufas para os visitantes. Outro ponto muito forte é o respeito ao espaço do outro: ninguém entra na sua casa e sai andando pelos cômodos. Primeiro, você é convidado a entrar, e mesmo assim, seu limite geralmente é a sala de estar. Além disso, você não pode simplesmente se sentar sem a permissão do anfitrião – se ele não disser "dozo" ("fique à vontade"), você fica de pé, pois sentar sem permissão seria desrespeitoso.

O ato de se curvar para cumprimentar alguém ou pedir desculpas é algo que acho incrível… demonstra humildade e reconhecimento do erro.

Outro aspecto que considero fascinante é chamar alguém pelo sobrenome como forma de respeito a essa pessoa e à sua família.

Para ser sincero, se não fosse pelo meu japonês enferrujado (o qual estou estudando e será meu quarto idioma), eu tentaria um visto de residente.

Talvez outra cultura que me desperte interesse seja a canadense, onde se percebe uma mistura de influências francesas e inglesas (britânico-francês com um toque americano). Em lugares como Quebec, por exemplo, há uma fusão entre o francês e o inglês, mas isso pode (com um grande "talvez") ser assunto para outro post.

Mudando de assunto, saindo um pouco do tema trabalho, viagens e culturas, ultimamente decidi tentar coisas novas, como entrar no Tinder para conhecer alguém interessante. O que posso dizer com sinceridade é que, se você busca algo casual/sexual, pode ir sem medo, porque tem de sobra. Entre 2017 e 2021, o Tinder era bom, com um design mais tradicional (rústico e exótico), e não era necessário pagar para ter uma experiência bacana. Hoje, no entanto, muitos relatos dizem que "precisa" pagar, ou você não terá matches, não será visto por outras pessoas, e várias outras restrições. Pessoalmente, não testei essa versão "freemium" porque tenho uma parceria com eles e recebo um código mensal de Gold gratuito. Em uma semana no Tinder, tive cerca de 200 matches, e sejamos honestos, não sou um cara bonito. Aliás, segundo uma pesquisa que fiz (e sim, eu fiz), com 25 garotas consultadas, minha média foi de 8,25 em uma escala de 0 a 10 (0 sendo horrível e 10 sendo um cara dos sonhos), o que é uma nota até alta.

No Tinder, eu escolhia as pessoas mais interessantes pelo que escreviam na bio (sim, eu lia todas). Aqueles que não tinham bio ou só colocavam o Instagram, eu avaliava pela aparência. Você pode dizer "nossa, que hipócrita", mas não acho que seja… Eu também não compro roupas que não me agradam visualmente (embora a maioria das minhas seja preta ou azul escuro e sem estampa). Mas, sinceramente, a maioria das pessoas por lá era muito superficial. Quando via alguém dizendo que gostava dos livros de "Game of Thrones", eu perguntava sobre "As Crônicas de Gelo e Fogo", e a pessoa nem sabia que livro era esse. Ou quando se diziam fãs de hardware ou super nerds, mas só sabiam falar de um PC ultrarrápido ou de Naruto… papo raso, sem espaço para uma conversa de verdade. O pior, na minha opinião, eram aqueles que, na primeira mensagem, já mandavam o número do WhatsApp ou Instagram com um "não entro muito aqui". Fora os que usavam a bio para vender packs, tipo OnlyFans, ou mandavam mensagem oferecendo fotos pagas logo de cara… triste.

Quando eu era mais jovem, queria muito ter uma namorada, começar um relacionamento sério e construir algo. Mas, por volta dos 19/20 anos, essa vontade morreu. Mantive essa ideia até um amigo insistir: "tenta de novo, vale a pena". Resolvi testar só para refutar a teoria dele. Escolhi o Tinder porque não sabia que estava virando um "cardápio de relações casuais". Testei e comprovei. Mas ele não aceitou, então comecei a sair com amigos para eventos sociais e conheci oito garotas. Seis delas queriam apenas algo casual, e duas queriam um "amigo com benefícios", então as evitei. Como um bom físico treinado, apresentei minha tese a ele… e ele finalmente aceitou.

Sinceramente, não sou do tipo que cede a esse tipo de "pressão de grupo", até porque só tenho três amigos, e nós três nos consideramos "antiéticos", pois rejeitamos muitas das normas impostas pela sociedade atual.

No fim das contas, voltei para o MGTOW (Men Going Their Own Way).

Apesar de estar no MGTOW desde os 19/20 anos, não sinto falta de estar com alguém diariamente. Claro, às vezes bate aquela vontade de um carinho, mas não sinto saudade (sim, "faltar" e "sentir saudade" são coisas diferentes, pesquise). Quando penso que hoje em dia todo mundo fica com todo mundo e que cultura e educação são coisas distintas (cultura é como você se comporta, educação é sua capacidade de aprendizado), percebo que minha decisão foi certa.

Outra decisão que tomei foi tratar qualquer pessoa fora do meu círculo com total indiferença. Antes, eu tentava construir algo com quem conversava. Hoje, não mais. É cansativo.

Por fim, o que decidi recentemente é que não vou mais perder tempo tentando encontrar alguém para compartilhar a vida. Vou seguir no meu MGTOW e na minha eterna solitude, mantendo apenas relações casuais/carnais.

Se cuidem.

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Última atualização: 3 de mar. de 2024